Uma nova onda de golpes virtuais tem como alvo contribuintes brasileiros. Golpistas criam páginas online que imitam o site da Receita Federal para enganar usuários e roubar seus dados e dinheiro.

A Mecânica do Golpe: E-mails Falsos e Páginas Clonadas

Os criminosos enviam e-mails fraudulentos em nome da Receita Federal, alertando sobre supostas irregularidades fiscais no Imposto de Renda. Ao clicar no link fornecido, a vítima é direcionada para uma página falsa que replica a interface do Gov.Br, conferindo uma falsa sensação de segurança e oficialidade.

Coleta de Dados e Pagamento Fraudulento via Pix

Na página falsa, são solicitados dados pessoais e, em seguida, é apresentada uma falsa dívida. Para evitar o suposto bloqueio do CPF, uma chave Pix é gerada para que a vítima realize o pagamento, acreditando estar regularizando sua situação com o fisco.

Números Alarmantes: Crescimento Exponencial de Páginas Falsas

Um levantamento da Redbelt Security revelou a existência de mais de 1,4 mil páginas fraudulentas simulando ser da Receita Federal. Somente na primeira semana do período de declaração do Imposto de Renda, foram identificadas 234 novas páginas falsas, uma média de 33 por dia.

Fatores que Facilitam o Golpe: Vazamento de Dados e Tecnologia Aprimorada

Eduardo Lopes, CEO da Redbelt Security, aponta dois fatores cruciais que aumentam a eficácia desses golpes. O primeiro é o acesso facilitado a dados pessoais de brasileiros, frequentemente obtidos em vazamentos. O segundo é o avanço tecnológico, que permite a criação de réplicas perfeitas de páginas oficiais, com boa experiência de usuário, muitas vezes utilizando templates adquiridos na dark web.

Urgência e Valores Acessíveis: Gatilhos para o Golpe

A sensação de urgência transmitida pelas mensagens e os valores relativamente baixos das supostas dívidas (entre R$ 100 e R$ 200) atuam como gatilhos psicológicos, induzindo a vítima a efetuar o pagamento rapidamente, sem muita reflexão.

Crime de Fraude Eletrônica: Implicações Legais

A utilização de meios digitais para enganar e obter vantagem ilícita configura o crime de fraude eletrônica (estelionato virtual), previsto no artigo 171 do Código Penal, com pena de reclusão de quatro a oito anos.

Dificuldades na Investigação: Anonimato e Burocracia

O crescimento exponencial desse tipo de crime não é acompanhado pela mesma velocidade nas investigações. A facilidade com que os golpistas se mantêm anônimos, utilizando servidores estrangeiros, dados falsos e redes criptografadas, além da burocracia na obtenção de dados pelas plataformas, dificultam o rastreamento dos criminosos.

Medidas de Segurança e Denúncia: Como se Proteger

Em caso de suspeita, a orientação é registrar imediatamente um boletim de ocorrência, preservando todas as provas (prints, e-mails e mensagens). É importante também informar o banco ou instituição financeira envolvida e buscar auxílio jurídico, se necessário.

Denúncia Formal: Notificando os Órgãos Competentes

Caso o golpe mencione o nome da Receita Federal, é crucial registrar uma denúncia no site oficial da autarquia e notificar a Ouvidoria do Ministério da Fazenda.

Projeções Futuras: Aumento de Páginas Falsas e Novos Golpes na Restituição

A Redbelt Security estima que entre 2,5 mil e 3 mil páginas fraudulentas estejam ativas nos próximos 30 dias. Além dos golpes durante o período de declaração, outra onda de fraudes é esperada na etapa de restituição do Imposto de Renda, com a mesma dinâmica de mensagens falsas e páginas clonadas.

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Alerta da Receita Federal: Comunicação Exclusiva via Canais Oficiais

A Receita Federal reforça que não envia comunicações por e-mail ou mensagens de texto com links para verificar divergências no Imposto de Renda. Toda comunicação oficial é realizada através do portal Gov.br ou do e-CAC (Centro Virtual de Atendimento).

Falta de Resposta e Canal de Denúncia Eficaz

Questionada sobre ações para combater esses golpes, a Receita Federal não se posicionou. Especialistas defendem a criação de um canal direto de denúncia e resposta rápida, envolvendo a Receita, a Polícia Federal e órgãos de defesa do consumidor.

Prazos e Expectativas para a Declaração do IR 2025

Até o dia 30 de maio, contribuintes com rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024 devem declarar o Imposto de Renda em 2025. São esperadas 46,2 milhões de declarações, um aumento de 9% em relação ao recorde de 42,4 milhões em 2024.

Golpes no Programa Gerador de Declaração (PGD)

Além das páginas falsas, golpistas também emulam o Programa Gerador de Declaração (PGD) para capturar dados ou instalar aplicativos maliciosos. O download do PGD deve ser feito exclusivamente no site oficial da Receita Federal ou nas lojas oficiais de aplicativos para Android e iOS.

Exemplos de Páginas Falsas Identificadas (Não Clique):

Domínio Falso (Exemplo)
https://www.google.com/search?q=receitafederal.gov.onde.baixar.irpf2024.com.br
govbr-irpf.online
regularize-irpf.site
https://www.google.com/search?q=receita-federal-notificacao.com
acesso-govbr-irpf.org

Resumo dos Golpes da Falsa Receita Federal:

Característica do GolpeDescrição
Forma de AbordagemE-mails e mensagens com alertas falsos de irregularidades no IR
Página FalsaImitação do site da Receita Federal e Gov.Br para coleta de dados
Solicitação de PagamentoGeração de chave Pix para quitação de falsa dívida
Número de Páginas FalsasMais de 1,4 mil identificadas, com crescimento diário
Gatilhos do GolpeUrgência, valores acessíveis e dados pessoais pré-existentes
Crime EnquadradoFraude eletrônica (estelionato virtual) – Artigo 171 do Código Penal
Dificuldades na InvestigaçãoAnonimato dos golpistas, uso de servidores estrangeiros e burocracia
Recomendação à VítimaRegistrar B.O., preservar provas, informar banco e buscar auxílio jurídico
Alerta da Receita FederalNão envia comunicações com links por e-mail ou SMS
Canais Oficiais da ReceitaPortal Gov.br e e-CAC
Próxima Fase de GolpesGolpes relacionados à restituição do Imposto de Renda

Resumo dos Golpes da Falsa Receita Federal

Golpistas estão utilizando mais de 1,4 mil páginas falsas que imitam o site da Receita Federal para enganar contribuintes. Eles enviam e-mails fraudulentos sobre supostas irregularidades no Imposto de Renda, direcionando as vítimas para páginas que solicitam dados pessoais e geram um falso boleto ou chave Pix para pagamento.

O número de páginas falsas cresceu significativamente, aproveitando vazamentos de dados e tecnologias avançadas para criar réplicas convincentes. A urgência e os valores relativamente baixos das supostas dívidas induzem as vítimas ao erro. Essa prática configura fraude eletrônica, mas a investigação é dificultada pelo anonimato dos criminosos e pela burocracia. A Receita Federal alerta que não envia comunicações com links por e-mail ou SMS, utilizando apenas seus canais oficiais (Gov.br e e-CAC). Em caso de golpe, a vítima deve registrar um boletim de ocorrência, preservar as provas e informar o banco. Projeta-se um aumento de golpes, inclusive na fase de restituição do Imposto de Renda.

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Contabilidade em SBC é com a Dinelly. Fonte da matéria: Jornal Contábil