A estratégia dos Territórios Empreendedores tem mobilizado e preparado uma rede de voluntários, composta por instituições e lideranças locais do setor público, privado e do terceiro setor, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico regional sustentável. Até o fim do ano, a expectativa é que mais de 500 municípios de diversas partes do país estejam integrados à nova metodologia de atuação do Sebrae, em prol do fortalecimento dos pequenos negócios, melhoria da qualidade de vida e geração de renda.

Estruturada em três etapas, a execução da estratégia começa após a seleção de um território pelo Sebrae e convite às principais lideranças locais indicadas e mapeadas. A primeira etapa – Nosso Território – é marcada pelo reconhecimento e respeito à dinâmica existente no local. Durante um seminário com representantes do território, as instituições convidadas, têm a oportunidade de apresentar seu histórico de atuação. Além disso, nesta etapa o Sebrae brinda o território escolhido com um observatório on-line de informações socioeconômicas daquele conjunto de municípios, o Observatório Data MPE Brasil. Clique aqui para conhecer a plataforma.

A segunda etapa, chamada Conexões e Horizontes, é voltada para mobilizar lideranças voluntárias, visionar um futuro desejado e definir uma Agenda de Desenvolvimento Local, por meio da metodologia LIDER – Liderança para Desenvolvimento Regional. Nessa fase, o grupo também define uma identidade para o território, além de elaborar um planejamento de comunicação e relacionamento. Por último, na terceira etapa – Transformação, é hora de priorizar, conectar a estratégia com os parceiros e executar a Agenda de Desenvolvimento, por meio de ciclos anuais de planejamento e execução.

O analista do Sebrae Nacional e coordenador nacional dos Territórios Empreendedores, André Ligório, destaca que a estratégia oferece um projeto de futuro, a partir de uma Agenda de Desenvolvimento construída por uma governança coesa, organizada e mobilizada. Segundo ele, as lideranças participantes recebem apoio do Sebrae para planejar e tirar do papel as ações prioritárias, promovendo o desenvolvimento de forma contínua.

Queremos que os municípios de cada Território Empreendedor se reconheçam como parceiros, criando um ambiente colaborativo e favorável que supere as fronteiras de cada localidade. Uma atuação pautada pela flexibilidade, respeito às peculiaridades locais e valorização da cooperação em prol do desenvolvimento.

André Ligório, coordenador nacional dos Territórios Empreendedores do Sebrae Nacional.

Experiências

A nova metodologia de atuação do Sebrae é um desdobramento do Projeto LIDER – Liderança para o Desenvolvimento Regional – que ativou mais de 3,4 mil lideranças, em mais de 1 mil municípios em 25 estados.  Dos mais de 80 territórios que passaram pelo Projeto LIDER, seis deles foram escolhidos, em 2022, para participar de projetos pilotos da estratégia dos Territórios Empreendedores, iniciando a jornada pela segunda etapa – Conexões e Oportunidades. Em 2023, mais de 50 territórios aderiram à estratégia, com o envolvimento de mais de 500 municípios, de 19 estados.

Um dos Territórios Empreendedores é o Nordeste Goiano que abrange 21 municípios, reunindo duas microrregiões: Chapada dos Veadeiros e Vão do Paranã. São eles: Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Buritinópolis, Campos Belos, Cavalcante, Colinas do Sul, Damianópolis, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Iaciara, Mambaí, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma, Posse, São Domingos, São João D’Aliança, Simolândia, Sítio D’Abadia, Teresina de Goiás e Vila Boa.

O Território estabeleceu uma Visão de Futuro para 2032, na qual define como prioridade tornar-se referência nacional em ecoturismo e reconhecido pelos seus sistemas produtivos sustentáveis e inclusivos. Para isso, sua Agenda de Desenvolvimento prevê ações e metas em quatro eixos de atuação, conectados com os respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS/ONU). São eles: Ambiência favorável aos negócios e empreendedorismo, Infraestrutura, Sistema de produção de alimentos e Turismo.

Após dois anos, o Território já comemora resultados significativos e conta com o empenho coletivo das lideranças que atuam por meio da Associação de Desenvolvimento Regional Sustentável do Nordeste Goiano. Para melhorar o ambiente de negócios, o grupo se mobilizou para instalar Salas do Empreendedor, que ainda não existiam em nenhum dos municípios do território. Até o final do ano, serão contabilizadas 10 salas em funcionamento com o apoio das prefeituras.

Com a atuação das lideranças, os municípios também foram sensibilizados para buscar apoio na execução de projetos relacionados à Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo. Pela primeira vez, foram apresentadas propostas e todas foram aprovadas. Ao todo, serão R$ 2 milhões para investimentos.

No eixo do Turismo, o Território se mobilizou para criar o primeiro roteiro integrado da Chapada dos Veadeiros e Vão do Paranã, denominado Rota das Cores. O produto turístico é considerado um grande ganho por inclui os pequenos negócios, além de destacar as riquezas regionais.

Para o gerente regional do Sebrae do Entorno do DF/Nordeste, Cléber Chagas, a estratégia permite a integração e coesão das duas microrregiões que até então atuavam isoladamente. “Os municípios não trabalhavam juntos. Nem aproveitam as oportunidades, nem se ajudavam em seus desafios. Agora as duas regiões se conhecem, as lideranças dialogam e buscam avanços e melhorias conjuntas”, destaca.

No Rio Grande do Sul, na divisa com a Argentina e o Uruguai o Território Empreendedor Campanha e Fronteira Oeste, também vive um processo de transformação e desenvolvimento regional nos 20 municípios que fazem parte das duas regiões. São eles: Aceguá, Bagé, Caçapava do Sul, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Lavras do Sul, Alegrete, Barra do Quaraí, Itacurubi, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana do Livramento, São Borja, São Gabriel e Uruguaiana.

A partir da definição dos quatro eixos prioritários – Agronegócio, Educação, Turismo e Inovação – as lideranças e instituições participantes têm se mobilizado para criar um ambiente de cooperação e parceria para promover melhorias e atrair investimentos. No eixo do Turismo, em parceria com a universidade Unisinos, foram mapeadas as ofertas turísticas do território. A ação resultou na criação do projeto Caminhos do Pampa Gaúcho que oferece diversas rotas, como a dos vinhos e dos azeites de oliva.

Isso permitiu a estruturação das vinícolas, lagares e pousadas rurais com receptivos e catalogação dos empreendimentos, tornando o território o segundo mais procurado por turistas no estado. As lideranças também foram fundamentais para a realização de festivais gastronômicos e contribuíram para que todos os 20 municípios tivessem um plano de desenvolvimento para o setor com a participação ativa dos Conselhos Municipais de Turismo.

No Agronegócio, destacam-se os projetos de unidades demonstrativas que criaram propriedades de referência dentro do território. Todos os segmentos vinculados à pecuária foram beneficiados, a partir da realização de oficinas de campo nas quais foram disseminadas boas práticas.

O Território também tem implementado ações de Educação Empreendedora nas escolas de ensino médio, técnico e nas universidades. A iniciativa pretende incentivar os jovens da região a identificar oportunidades dentro da sua própria localidade, sem precisar ir embora em busca de emprego.  A perspectiva é atender 100 mil estudantes nos próximos anos.

O gerente do Sebrae RS na região, Ângelo Agnaga, destaca que o processo de transformação do território precisa construir alicerces e que os líderes envolvidos adquiram essa consciência. “É um processo muito mais amplo, de médio e longo prazo. Os resultados são muito mais qualitativos e que envolvem sinergia e ganhos muito mais coletivos do que individuais”, avalia.

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Fonte: SEBRAE
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