Você foi diagnosticado com lombalgia ocupacional, mas não sabe o que isso significa e os seus reflexos no trabalho? Conhecer essas questões é fundamental para o empregado, tendo em vista que há diversos direitos garantidos por lei.
Dessa forma, o trabalhador que possui lombalgia pode ter direito ao afastamento do trabalho e até mesmo benefícios previdenciários. No entanto, não é em todos os casos que isso ocorre, então é preciso se informar.
Pensando nisso, preparamos um conteúdo explicando o que é a lombalgia ocupacional, suas causas e seus reflexos na vida profissional. Acompanhe a seguir!
O que é lombalgia ocupacional?
Antes de entender seus reflexos, é fundamental saber o que é realmente a lombalgia ocupacional. Primeiro vamos falar sobre a lombalgia: ela é a denominação médica para a conhecida dor nas costas, que afeta tantas pessoas.
Entretanto, a lombalgia é caracterizada pela dor na parte inferior das costas, geralmente do final das costelas até o começo dos glúteos. Já a dor na parte superior, do final da nuca até o final das costelas, é chamada de dorsalgia.
Por sua vez, a dor na nuca, ou no pescoço, tem o nome clínico de cervicalgia. A lombalgia, então, é focada na parte conhecida como lombar. Ela é um sintoma bem comum entre as pessoas. Conforme a Sociedade Brasileira de Reumatologia, entre 65% e 80% das pessoas já tiveram uma lombalgia.
Vale ressaltar, então, que a lombalgia é um sintoma e não uma doença. Dessa maneira, ela pode ter diversas causas, pois as costas são formadas por ossos, ligamentos, nervos e músculos, todos capazes de ocasionar lombalgia.
Quando se adiciona à palavra “ocupacional”, estamos nos referindo à lombalgia ocasionada ou agravada pela atividade profissional exercida pelo cidadão. Ou seja, a causa da lombalgia é o próprio trabalho, seja por qualquer fator relacionado a ele.
Quais são as causas da lombalgia ocupacional?
Como você percebeu, podem existir diversas causas para a lombalgia ocupacional. Apesar de ela ser mais comum em trabalhos que requerem esforços e atividades repetitivas, várias áreas podem desencadear a dor na parte inferior das costas.
É sempre um profissional médico que indicará as causas da lombalgia e se ela é realmente causada ou agravada pelo trabalho. No entanto, existem algumas causas comuns para esse problema que afeta milhões de pessoas.
A primeira delas é a má postura: pessoas que não mantêm uma boa postura durante o expediente podem sofrer com a lombalgia. Isso se aplica tanto para aquelas que trabalham em pé quanto as que ficam sentadas.
Outro motivo muito comum para a lombalgia é o esforço ou trabalho repetitivo, como comentamos. É certo que se deve seguir a ergonomia no ambiente de trabalho, mas muitos empregados não têm condições ou não recebem a instrução necessária para isso.
Assim, durante todo seu expediente, realizam o mesmo esforço ou movimento, o que pode causar lombalgia. Além dela, outros problemas ocupacionais são agravados ou mesmo ocasionados pela repetição.
Existem outros motivos conhecidos que podem ocasionar o problema. Conheça o que causa a lombalgia:
- hérnia de disco;
- fraturas e lesões no local;
- inflamações e infecções;
- artrose;
- sedentarismo.
Dessa maneira, mesmo que o ambiente de trabalho não ocasione diretamente a lombalgia, ele pode agravar a situação e acarretar incapacidade.
Quem tem lombalgia pode se afastar do trabalho?
Agora que você já entendeu o que é a lombalgia ocupacional e suas causas, deve estar se perguntando se ela causa o afastamento do trabalho, não é mesmo? Aqui é preciso entender algumas regras trabalhistas e previdenciárias.
O afastamento do trabalho por motivo de doença ou problema de saúde requer a apresentação de um atestado médico. Dessa maneira, é preciso se consultar com um especialista e requerer esse documento, dando direito a faltas justificadas pelo período.
Com isso, a lombalgia ocupacional pode, sim, ser um motivo de afastamento. Contudo, não basta apenas ter esse problema. É preciso que o médico ateste que o paciente precisa desse tempo para se recuperar.
Se o atestado requer um afastamento superior a 15 dias, há direito ao auxílio-doença, hoje chamado de benefício por incapacidade temporária, do INSS. Existem outros requisitos para essa concessão, além de ser necessário passar por uma perícia médica da Previdência Social.
Um dos requisitos para o auxílio-doença é a comprovação de uma carência de 12 meses. Ou seja, 1 ano de recolhimento de contribuição ao INSS, começando a contar da primeira paga em dia pelo segurado.
Porém, se a lombalgia foi realmente causada pelas atividades desenvolvidas no trabalho, essa carência é dispensada. Ou seja, mesmo trabalhando apenas um mês, o segurado pode conseguir o auxílio-doença nesses casos.
O benefício por incapacidade temporária será devido pelo tempo necessário para a recuperação do segurado. Logo, se ele estiver incapacitado para o trabalho, o auxílio durará até que recupere a capacidade.
Quais são seus reflexos na vida profissional?
Você viu que a lombalgia ocupacional pode afastar o trabalhador de seu emprego e garantir o recebimento do benefício por incapacidade temporária. Ademais, ainda há outros reflexos para a vida profissional.
Muitos trabalhadores não conseguem comprovar que estão incapacitados para o trabalho. Seja porque os médicos não podem atestar a dor sentida ou as causas da lombalgia, não fornecendo um atestado.
Esse é um motivo bem comum para o absenteísmo, que são faltas reiteradas ao expediente de trabalho por causa do problema. Isso também pode ocasionar a demissão do segurado, por não cumprir o exigido para as atividades.
Além disso, a lombalgia pode trazer desmotivação e, até mesmo, depressão. Isso ocorre porque o trabalhador não consegue cumprir metas e sente dores no trabalho, comprometendo sua produtividade na empresa.
Por isso, é fundamental buscar ajuda médica o quanto antes. Procure sempre um especialista para encontrar as causas da lombalgia ocupacional. Somente ele poderá indicar o tratamento correto para que haja a recuperação.
Conseguiu entender o que é a lombalgia ocupacional e os seus reflexos para o profissional no trabalho? Lembre-se de que, para garantir os seus direitos, é fundamental contar com um advogado especializado no assunto, que avaliará as melhores soluções para o caso.
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Fonte: Jornal Contábil
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